segunda-feira, 13 de julho de 2009

Making of - Intervenção

A intervenção tinha como proposta expor os trabalhos dos alunos de forma integrada à um ambiente da Escola de Arquitetura, ou seja, deveriam ser espacializados abordando os conceitos de virtualidade e interatividade. O meu grupo optou pela cantina, aliás, foi um achado, nós do grupo (que na época viviámos um dilema, pois não sabíamos se haveria um racha na sala ou seríamos repartidos, já que possuíamos apenas 4 integrantes) completamente à deriva, fomos seguindo outro grupo e como consequência fomos adentrando na cozinha da cantina, até chegar à lanchonete. Foi amor à primeira vista, logo percebemos o enorme potencial do lugar devido à inúmeros aparatos que ele tinha, como geladeira, baleiro, caixa registradora, ventilador, tomadas, pias e etc, mas mais tardiamente percebemos que nada disso seria útil. Com a escolha do local e a oficialização do grupo com a entrada da única e última integrante feminina, o grupo optou por trabalhar apenas na parte do refeitório e excluir a parte do balcão da intervenção. Decidimos também alterar a imagem marcante de lanchonete do local, para evitar que as lembranças da cantina pelos visitantes atrapalhassem a sensação da intervenção e como o acesso ao local foi restrito e a cantina fechada em 2008, pensamos em trabalhar a questão da inacessibilidade. Ao desenhar um croqui da planta do local, percebemos que o lugar sugeria uma divisão bem marcante em 4 ambientes, por isso decidimos optar por essas “subdivisôes”, colocando uma experiência diferente em cada quadrante. A idéia inicial era trabalhar no primeiro "quadrante" com a exposição dos desenhos, valorizando os pontos de fuga e a linha do horizonte. O plano era puxar dos desenhos, com elástico preto, as linhas principais, mas essa idéia nunca conseguiu ser explicada e entendida por completo.
No resto do espaço seria feita uma espécie de teia de elásticos, ainda brincando com a idéia do inacessível, mas vários testes levaram a falência tais idéias. No dia de visitar os lugares escolhidos pelo grupo, eu e o João vimos belos exemplares de andaimes perto do laboratório de metais, não demorou muito e fomos buscar as peças que acabaram colocados no 2º quadrante, isso tudo com a devida autorização. Com a estrutura de andaime montada, ficamos discutindo o que seria feito para explorá-lo. Idéias de representar construção, casa e etc, eram as mais óbvias, mas ainda teimávamos em transmitir a idéia da inacessibilidade. Com isso a idéia inicial da teia acabou trocada por planos de elásticos paralelos nos andaimes, que restringiam o caminho das pessoas.
Em mais uma divagação do grupo, nos deparamos com panéis pretos usados em exposições na escola. O potencial era evidente, ele era movél, preto e muito pesado. Com a grande concentração masculina no grupo, logo enchemos o primeiro quadrante com tais painéis e logo depois com o sucesso do labirinto formado por eles, expandimos para o espaço ao lado também. Eles formavam um denso labirinto móvel, que causava grande surpresa nas pessoas ao se perderem por ele. Porém, com sua grande extensão agora, ele precisava de algo para estimular o avanço dos visitantes. Colar os desenhos nos painéis, seria uma mera exposição, então tentamos desenhar com giz, barbante, tinta, mas nada agradou ao grupo. Por fim, pensamos em transparências que projetariam as imagens do dossiê arquitetônico de história nas paredes do labirinto. Foi um sucesso (pelo menos no grupo), a idéia era ótima e para concretizá-la, fizemos luminárias de caixas de papelão com lâmpadas de 40W ligadas diretamente à tomada e com as transparências nas laterais, de modo que projetassem suas imagens.
Com o labirinto resolvido pecisávamos pensar em algo para o andaime ainda. Muitas prototipias foram feitas, alguns resultados foram desastrosos, como amarrar elásticos nos andaimes, sem uma peça de suporte... Mas para expor os desenhos pensamos em fazer janelas com eles, mas como o próprio Cassiano disse, parecia coisa de criança, abrir e fechar a janelinha para montar a gravura. Então, decidimos montar um tipo de quebra-cabeça com os desenhos, cortando-os em tiras e fixando-os nos andaimes com ímas, para permitir maior número de possibilidades na montagem. Na parte do meio do andaime, já tinhamos amarrado vários elásticos em parelelo e à princípio seria apenas isso mesmo, porém, com a análise dos professores, percebemos que realmente faltava algo e voltamos a pensar no que poderia ser feito ali. O Estevam havia colocado uma tira de papel por entre os elásticos, como quem não quisesse nada, mas o Cabral logo viu o potencial daquilo e nos instigou a pensar em algo daquele tipo. Então no dia seguinte resolvemos usar os restos dos objetos interativos (LED's, reed switchs e ímâs) e decidimos montar circuitos na parte superior do andaime para serem ativados com as tiras de papel por entre os elásticos.
Quanto à interação computadorizada com o Processing, foi criado um programa que transformava a imagem das pessoas, recebida por uma webcam, em pixels verdes de diferentes tonalidades, que davam continuidade à parede de pastilhas verdes do balcão
da cantina e por incrível que pareça essa foi a idéia inicial e final para essa parte da intervenção. Foi testada apenas em cima da hora, mas o resultado agradou ao grupo mais do que poderíamos imaginar. O projetor meio amarelado cedido pelos professores, ainda deu um tom mais esverdeado à projeção, o que a tornou ainda mais interessante.
Por fim, a desmontagem bastante animadora...

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