sábado, 13 de junho de 2009

Resenha : Museu Inimá de Paula – Arte Cibernética

Com a apresentação de oito das catorze obras de seu acervo de arte e tecnologia, o Itaú Cultural em parceria com o museu mineiro Inimá de Paula é responsável pela exposição Arte Cibernética. Obras de renomados artistas como: Edmond Couchot, Daniela Kutschat, Regina Silveira e Rejane Cantoni, fazem parte da mostra.

Muito além de sons e luzes as obras exemplificam bem o que é “interatividade”. Praticamente todas seduzem os visitantes a participarem do espetáculo e apenas se tornam completas com o diálogo criado entre visitador e obra. O exemplo mais claro disso é a instalação OP_ERA: Sonic Dimension (2005) criada pelas artistas Daniela Kutschat e Rejane Cantoni. O instrumento virtual musical em forma de “U” é preenchido por centenas de linhas verticais luminosas que ao serem tocadas vibram em luz e som de acordo com a posição e interação do usuário.

Outra que também chamou bastante a minha atenção, foi a obra desenhada por Camille Utterback e Romy Achituv, Text Rain (1999). Nesta os participantes são projetados em uma tela combinados a uma animação de chuva de letras coloridas. Para a surpresa de praticamente todos – principalmente das crianças deslumbradas com o ambiente – as letras em queda são impedidas pelas silhuetas dos participantes respondendo aos seus movimentos corporais. Como se não bastasse, as letras formam palavras e que por sua vez formam frases caso o participante (ou como no meu caso, o trabalho em grupo dos participantes) consiga acumular bastantes letras ao longo de seus braços estendidos, cabeça, e ou qualquer outra silhueta projetada. Os versos criados fazem parte de um poema sobre o corpo e a linguagem.

Infelizmente algumas obras ali expostas não funcionavam direito, como a instalação Descendo a Escada (2002) da desenhista Regina Silveira que necessitava de alguns ajustes técnicos e chegou a “travar” algumas vezes. Apesar dos empecilhos, a projeção interativa estruturada de forma não convencional, proporciona uma sensação diferente causada pelo movimento da escada virtual. Life Writer (2005) de Christa Sommerer e Laurent Mignonneau, estava estragada – o que me causou certo desagrado, não pelo fato de ter pago a barata entrada, e sim por não poder usufruir do objeto que parecia ser bastante interessante. Parafraseando a informação do guia e do folheto distribuído: a antiga máquina de escrever ao ser datilografada dá “vida” a criaturas artificiais sobre o “papel” – uma experiência que possibilita a criação da vida no limiar do analógico e do digital.

Das outras obras, a que vale ser citada é a criada pelos artistas Edmond Couchot e Michel Bret. Les Pissenlits (2006) já nos encanta pelo simples balançar das flores na grande tela. A interação resulta da força e duração do sopro dos participantes fazendo com que as sementes de dentes-de-leão voem em trajetórias complexas.