
Deriva, por definição, é: “modo de comportamento experimental ligado às condições da sociedade urbana: técnica de passagem rápida por ambiêntes variados", distinta do passeio e da viagem turística. Seria então o gesto largo de perambulação pela metrópole, gesto aparentemente superficial e sem compromisso, mas um estímulo ao exercício de perder-se na cidade para descobri-la.
A deriva de Debord busca suplantar os métodos tradicionais e convencionais de apreensão do espaço urbano, assim como substituir a representação pela vivência de experiências pessoais, introduzindo um novo tipo de leitor/observador: o habitante que intervém e vivencia - o “vivenciador” - e não um mero espectador que contempla alienado o que está em sua volta. Um convite para que todos experimentem a cidade e atuem como verdadeiros cidadãos.
Teoria da Deriva (Wikipédia):
A teoria da deriva é um dos trabalhos de autoria do pensador situacionista Guy Debord.
A deriva é um procedimento de estudo psicogeográfico – estudar as ações do ambiente urbano nas condições psíquicas e emocionais das pessoas. Partindo de um lugar qualquer e comum à pessoa ou grupo que se lança à deriva deve rumar deixando que o meio urbano crie seus próprios caminhos. É sempre interessante construir um mapa do percurso traçado, esse mapa deve acompanhar anotações que irão indicar quais as motivações que construiu determinado traçado. É pensar por que motivo dobramos à direita e não seguimos retos, por que paramos em tal praça e não em outra, quais as condições que nos levaram a descansar na margem esquerda e não na direita... Em fim, pensar que determinadas zonas psíquicas nos conduzem e nos trazem sentimentos agradáveis ou não.
Apesar de ser inúmeros os procedimentos de deriva, ela tem um fim único, transformar o urbanismo, a arquitetura e a cidade. Construir um espaço onde todos serão agentes construtores e a cidade será um total.
Essas idéias, formuladas pela Internacional Situacionista entre as décadas de 1950 e 1970, levam em conta que o meio urbano em que vivemos é um potencializador da situação de exploração vivida. Sendo assim torna-se necessário inverter esta perspectiva, tornando a cidade um espaço para a libertação do ser humano.
A deriva tem Guy Debord como um dos seus maiores entusiastas e estudiosos. Este autor formulou o início da Teoria da Deriva em 1958 e publicou na então Revista Internacional Situacionista. Desde então estudiosos, acadêmicos ou não, experimentam esse procedimento com interesses que vão deste simples estudos de uma cidade até a elaboração de dissertações e teses. Atualmente muitas pessoas que estudam geografia urbana, e muitos coletivos que questionam a urbanização experimentam a deriva como forma de estudo e de práxis política.
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